Inteligência artificial para a saúde: diagnóstico de doenças tropicais em regiões remotas da Amazônia
Essa iniciativa inovadora, liderada pelo Hospital Israelita Albert Einstein e pela Fundação de Medicina Tropical do Brasil, conta com o apoio do BID Invest e com financiamento do governo da Espanha. O projeto desenvolveu um modelo de diagnóstico baseado em IA para leishmaniose cutânea, que funciona totalmente offline, um recurso essencial para áreas remotas da Amazônia.
Nexo entre clima e saúde
Desastres naturais intensificam a propagação de doenças transmitidas por vetores e zoonoses. Condições ambientais são fatores determinantes para a maioria das doenças tropicais, incluindo a leishmaniose cutânea.
A leishmaniose cutânea, uma infecção parasitária da pele transmitida pela picada do mosquito-palha, figura entre as sete doenças tropicais de maior relevância, segundo a Organização Mundial da Saúde. Atualmente, um total de 89 países reconhecem essa doença como uma ameaça à saúde pública, sendo 19 deles na América Latina e no Caribe.
Grandes distâncias, infraestrutura limitada e escassez de profissionais qualificados frequentemente atrasam ou dificultam um diagnóstico preciso. O diagnóstico precoce pode melhorar os resultados do tratamento, e é nesse contexto que a inteligência artificial se torna um divisor de águas.
IA como linha de vida para a saúde em áreas remotas
Os avanços em deep learning e machine learning estão transformando a análise de imagens médicas, permitindo que sistemas de IA detectem doenças com precisão notável. A IA é especialmente adequada para acelerar e aprimorar o diagnóstico de muitas doenças tropicais que se manifestam por lesões visíveis na pele.

O modelo de IA desenvolvido pelo Hospital Israelita Albert Einstein para diagnóstico da leishmaniose cutânea demonstrou alta precisão. Treinado com um conjunto equilibrado de imagens positivas e negativas, o sistema alcançou mais de 90% de sensibilidade, superando abordagens atuais de ponta. O resultado: diagnósticos mais rápidos e precisos, redução da carga de trabalho das equipes médicas e um passo essencial para garantir acesso equitativo à saúde em regiões vulneráveis.

Sessão de treinamento para profissionais sobre o uso do aplicativo Leish Detect na Fundação de Medicina Tropical.
Inovação baseada em evidências para a Amazônia
Esta iniciativa está alinhada ao programa Amazônia Sempre, lançado pelo Grupo BID em 2023, que mobilizou US$ 1,2 bilhão de parceiros e catalisou mais de US$ 5,3 bilhões em financiamento do Grupo BID para promover o desenvolvimento sustentável e resiliente na Bacia Amazônica.
A Amazônia Sempre mobiliza recursos, fomenta a troca estratégica de conhecimento e fortalece a cooperação regional para apoiar a adaptação e o bem-estar humano. Nesse contexto, o projeto de IA para leishmaniose é um exemplo de inovação baseada em evidências, mostrando como tecnologia e ciência podem enfrentar desafios emergentes de saúde.
Inovação para a resiliência amazônica: um chamado à COP30
À medida que o mundo se volta para a COP30 em Belém, surge uma oportunidade única de mostrar como inovações tecnológicas podem enfrentar desafios de saúde em comunidades vulneráveis da Amazônia. O Grupo BID organizou mais de 80 eventos na COP30 para apresentar soluções que buscam fechar lacunas de financiamento e promover um desenvolvimento resiliente, por meio de parcerias, inovação e foco em impacto mensurável na América Latina e no Caribe.
Investir em inovações que conectem resiliência, saúde pública e tecnologia significa proteger a biodiversidade, fortalecer sistemas de saúde e garantir que nenhuma comunidade fique para trás.
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